Wake Summit 2024 – Mudanças de mindset para se preparar para o futuro
A palestra de Daniela Klaiman no Wake Summit 2024 traz as mudanças de mindset necessárias para se preparar para o futuro, enquanto explora mudanças de comportamento e novas tecnologias que devem transformar o varejo e a indústria nos próximos anos.
Ela começa explicando sobre dois tipos de futuros a serem olhados: a curto prazo – de 0 a 5 anos e que é baseado no comportamento das pessoas, ou seja, como estão vivendo, consumindo, o sentimento que estão tendo e com objetivo de criar planejamento, branding e etc. Já o futuro a longo prazo, de 5 a 50 anos, é baseado nas tecnologias que existem hoje e como vão evoluir, inclusive como irão influenciar no comportamento das pessoas e no mercado.
A ideia desse conteúdo é mostrar os cenários daqui pra frente e ajudar as empresas a ter diversos planos de atuação e se prepararem para tudo, mesmo com grandes mudanças que possam acontecer pelo caminho.
Cenários que os consumidores vivem
A palestra se inicia sobre o cenário que os consumidores estarão imersos nos próximos 5 anos. Como primeiro tópico, temos a inflação e instabilidade financeira, o que limita as pessoas a gastarem um pouco melhor e com mais consciência. Conheça outros fatores que irão atingir os consumidores no futuro próximo:
- Mudanças climáticas: irão afetar a sazonalidade de compra, lugares para viver, saúde. Também afetará a distribuição de produtos de acordo com temperaturas e localidade.
- Contexto de guerras descentralizadas: Há 68 conflitos ativos no mundo, as empresas irão enxergar instabilidades no que será possível, quais locais visitar e se será possível circular por esses lugares.
- A era do pós-verdade: 57% dos conteúdos postados na internet já tem interferência de IA. E o que fica disso é, qual conteúdo é real? O que é verdade e o que não é? Haverá muitos questionamentos sobre promoções de produtos, serviços ou conteúdos.
- Saúde mental: O cenário atual traz muitos diagnósticos de síndrome do pânico, bornout e depressao, sendo que a solidão já mata mais que obesidade. E esse é um dos maiores problemas que as marcas precisam e precisarão enxergar.
- Wellness revolution: bem-estar deverá permear em qualquer assunto daqui pra frente. Começaremos a entender produtos, serviços e marcas como grandes transformadores benéficos da mentalidade
- Mundo polarizado: as redes sociais têm sido a grande responsável por essa polarização, até porque o algoritmo varia de acordo com os gostos de quem o utiliza, o que ajuda com que se foque em apenas um lado, a partir do que a pessoa já tem olhado e se inteirado naquele assunto.
O futuro não é mais o que seria
Ao pensarmos como marcas e indústria, precisamos de uma estratégia anti-fragilidade sólida e ao mesmo tempo elástica, pois teremos muitas mudanças pelo caminho e necessitamos de uma mente aberta para aprender e se fortificar com os erros e acertos.
Por isso, Daniela Klaiman citou 8 “macro trends”:
1. Ponto de venda desmaterializado
Há outros pontos mais importantes que o ponto de venda. Teremos uma reinvenção e novos papéis que os pontos de venda física precisam ganhar, como o Social retail, o varejo social, usando o espaço físico para criar comunidade, ponto de encontro de pessoas que gostam da marca e possam estar ali se conectando ao bem-estar. Um exemplo é um banco que usa o espaço de agências para ser um café, deixando que os clientes conversem e consumam itens do café, recebendo até prêmio sobre o croissant, o que rentabiliza ao banco.
Ponto de educação sobre os serviços e lifestyle da marca: um exemplo é a Nike, com uma loja na quinta avenida em Nova York, que tem quadras para dar aulas com um astro do basquete. Nesse caso, a pessoa experimenta a roupa e ainda entrega desempenho com ela durante a aula. Esse consumidor irá postar, amar a marca, querer essa experiência mais vezes e mostrar para o mundo o que gostou.
Experiência no varejo: outro exemplo é a Samsung, que possui uma loja’, onde não se vende produtos, mas permite experimentar seu catálogo e conecta o cliente a tudo, sendo 100% de experiência. Assim, você prova o produto e vai buscá-lo em outras lojas.
2. Smart life: onde nossos objetos serão conectados entre si
Essa é a super conectividade. Experiências como a geladeira inteligente, que sabe quando está faltando produtos e faz o pedido por você, é o futuro do varejo. Será que temos que olhar apenas para as pessoas, quando os objetos com IA já fazem o serviço?
3. Adaptive emotions: ler as emoções
Combinação de coisas que ajudam a medir emoções, entender o que os consumidores estão sentindo, entregando um conteúdo totalmente personalizado de acordo com seus sentimentos. Por exemplo, análise facial, onda cerebral, tom da voz e fala para entender se a pessoa está chateada e se é um bom ou mal momento de oferecer algum produto.
4. Avatar economy: como somos em cada rede social?
As pessoas já têm vivido múltiplas identidades de acordo com as plataformas que utilizam e consomem algo diferente em cada uma, por exemplo a postura adotada no Linkedin e no Instagram. Como validar essas identidades? Precisaremos entender que as pessoas são múltiplas e precisaremos ‘quebrá-las’ para entender os targets.
5. 24/7 twin – Serviço de avatar virtual
Pode ser um avatar como a Lu da magalu, por exemplo, que traz rentabilidade para a empresa ou um avatar vendedor, onde você passa o speech, ele treina e passa esse discurso de venda para consumidores, por exemplo, atuando por você em diversos lugares ao mesmo tempo, coisas que um humano não consegue fazer.
6. Deepfake fraud – Conteúdo não humano
Haverá golpes e fraudes através de IA que precisaremos tomar cuidado como marca e como consumidor. Por exemplo, uma mensagem de áudio que tem a mesma voz do seu gerente de banco e na verdade é IA. Hoje vemos que as redes sociais estão avisando que as imagens estão sendo alteradas por IA e precisaremos pensar em como proteger consumidores e clientes, certificando que somos nós que estamos falando com eles.
7. Smart industry – As fábricas inteligentes
Essa mudança irá transformar fábricas em inteligentes, comandadas e geridas por IA, medindo processos e fazendo testes. Máquinas inteligentes e conectadas a dados externos, como dados de venda do site e lojas, podendo automaticamente dizer ‘produza mais desse produto porque é o que mais vende”. É uma questão de produtividade, previsibilidade, manutenções preditivas e gestões que diminuem custos.
8. Open data
Não é sobre obter dados, nem a quantidade deles, mas sobre o que fazemos com eles. Ao implementarmos essa tecnologia, ela recomenda o que fazer para melhorar, além de só transmitir os dados.