Commerce

NRF Big Show 2025: o que vem por aí

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Luana Serabion
Hora Post 9 min de Leitura
Data Post 30 de outubro de 2024

O varejo vem passando por transformações intensas em todo o mundo. O uso intensivo de inteligência artificial, a expansão da retail media, a busca por eficiência operacional e a necessidade de inovar a partir do uso de dados passaram a ser temas importantes em um setor que está sempre muito perto dos consumidores. E o grande lugar para entender o quanto o mercado está mudando é a NRF Big Show — o maior evento do varejo em todo o mundo.

Todo mês de janeiro, as principais lideranças do mercado brasileiro passam uma semana em Nova York. Alguns dias para tirar o foco do dia a dia e olhar o negócio sob uma perspectiva estratégica. Não é à toa que o Brasil teve a maior delegação estrangeira na NRF Big Show 2024: para o nosso varejo, trata-se do grande momento de entender o que aconteceu nos últimos 12 meses e afinar os planos para o ano que começa.

Como não poderia deixar de ser, a Wake marca presença em Nova York. Você pode conferir o material especial que produzimos sobre a edição de 2024 — e desde já aquecer os motores para o NRF 2025, que acontece entre os dias 12 e 14 de janeiro.

Vamos recapitular?

Janeiro, início de ano, expectativas em alta. Acompanhar os debates na NRF Big Show é uma forma de projetar o futuro. E também é uma oportunidade excelente para, meses depois, voltar a essas projeções e identificar se elas realmente aconteceram.

No início de 2024, os grandes destaques foram os seguintes:

1. Eficiência que transforma

Um ponto sempre difícil é fazer o consumidor viver todos os dias o propósito do negócio. Na NRF Big Show 2024, o caminho apontado para isso foi o uso de tecnologia: ela materializa aspectos como “vender mais barato para o consumidor”, “entregar uma experiência omnichannel de verdade” ou “estar ao lado dos consumidores onde, quando e como eles quiserem”.

No ano passado, a ruptura dos estoques custou US$ 48 bilhões ao varejo americano, segundo a NielsenIQ — e quem domina o omnichannel reduz esse custo, se torna mais eficiente e libera recursos para serem investidos em outras áreas. E como veremos, será essencial encontrar esses novos recursos para investimento.

Nos últimos meses, o varejo brasileiro avançou bastante nesse sentido. Está claro que o uso intensivo de dados faz toda a diferença, pois permite entender melhor os consumidores e gerar experiências de compra personalizadas. É um caminho que as grandes empresas estão trilhando — e estão crescendo conforme avançam nessa jornada.

2. Retail media é pra valer

O varejo não é apenas um negócio de vender produtos. O setor se transformou em um produtor de conteúdo, o que muda a interação com os consumidores, com as marcas dos fornecedores e com os parceiros de publicidade.

Com a transformação da jornada de compras, cada vez mais digital, só tem sucesso quem consegue entender quais são os interesses dos consumidores e como atrair sua atenção. Tudo começa no relacionamento, a partir de conteúdo, para então trabalhar a venda propriamente dita.

É por essa razão que criadores de conteúdo são cada vez mais relevantes na estratégia de comunicação com os clientes. E, pela mesma razão, porque as principais varejistas brasileiras investiram forte em suas redes de retail media, transformando os espaços das lojas físicas, sites e aplicativos em oportunidades para que as marcas falem com os consumidores.

Esse é um segmento que tende a continuar crescendo, já que o custo da comunicação aumenta e o retail media oferece oportunidades para personalizar o relacionamento e encantar os consumidores.

3. Inteligência artificial, muito além do hype

Os mais diversos aspectos do varejo serão impulsionados pela inteligência artificial (IA) — desde que as empresas tenham feito a lição de casa. A NRF Big Show 2024 já mostrava que IA não é mágica: ela exige muito trabalho. É preciso ter dados sobre os clientes, de forma organizada, para que sejam transformados em inteligência.

Quando isso acontece, porém, os negócios conseguem conectar vendas, serviços, atendimento, marketing e relacionamento. Todo negócio, então, precisa construir uma infraestrutura de dados para dar suporte à IA.

Antes de pensar em inteligência artificial ou qualquer aplicação que esteja sendo apresentada como essencial para seu negócio, faça a lição de casa: organize seus dados para destravar o limite do poder do seu negócio.

4. De onde vem o dinheiro?

Para crescer, as empresas precisarão de muito investimentos em dados e IA. Mas diante dos desafios do cenário econômico atual, é preciso ser estratégico.

No Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, os formatos de varejo que mais crescem estão focados em valor: clubes de atacado, atacarejos, hard discount. Os consumidores precisaram priorizar gastos, revendo suas cestas de compras, mudando marcas e alterando padrões de comportamento.

Nesse momento, ganha espaço quem entende o consumidor e se conecta com ele ao longo de toda a jornada. Desenvolver um unified commerce de verdade nunca foi tão importante, pois ele traz personalização, facilita a tomada de decisões e agiliza a jornada de compras.

5. A loja física se transforma

Um estudo realizado pela WD Partners e apresentado na NRF Big Show 2024 mostrou que os fatores que fazem os clientes irem às lojas físicas estão relacionados a aspectos racionais e pragmáticos: preço, facilidade de acesso e velocidade de atendimento. Por outro lado, os fatores se apoiam em aspectos emocionais, como conexão, encantamento e uma “vibe” positiva, para continuar visitando essas lojas.

Para lidar com esses comportamentos diferentes, a loja física precisa mudar, mas sem abrir mão de seus pontos positivos. Online e offline não devem ser iguais: o varejo deve estar preparado para atender os clientes de maneiras diferentes, em canais diferentes. Os clientes querem lojas físicas com relacionamento, mas para que isso aconteça hoje, elas precisam incorporar recursos digitais para entender melhor os consumidores.

Colocar a tecnologia na loja para gerar essa transformação passa pela conectividade (é preciso conectar os sistemas PDV e colocar no mínimo uma rede WiFi para que os smartphones do time de vendas sejam conectados e possam consultar estoques, fazer recomendações e funcionar como terminais de pagamento), pelo live commerce (aproveite o espaço físico da loja para vender de forma digital) e pela análise dos dados gerados pelas lojas (de preferência em tempo real).

6. Tudo depende de pessoas

Na NRF Big Show fala-se muito de tecnologia, mas as pessoas também ocupam o espaço que merecem. Sem gente, não existe varejo. Sem uma cultura organizacional forte, as empresas não sobrevivem.

Por isso, antes mesmo de fazer os necessários investimentos em tecnologia, cuide de suas equipes, para que elas possam entregar na loja física a integração omnichannel que faz a diferença, ou o atendimento caloroso que transforma a frieza dos dados em uma experiência que transforma e fideliza o consumidor.

Cuidar passa pelo propósito da marca, que precisa ser praticado todos os dias. Mas também passa por uma boa remuneração e por uma política de valorização dos colaboradores. Ofereça cursos, crie oportunidades de carreira e dê aos times um sentido de pertencimento e de realização. Isso faz toda a diferença.

O que veremos em 2025

Com o tema “Game Changer”, a NRF Big Show 2025 deverá manter a tradição do evento como o termômetro das transformações do varejo mundial. Com mais de 175 sessões de palestras que apresentarão cases de sucesso e tendências, o Startup Hub para conectar os negócios a startups promissoras, programas especiais sobre temas específicos como retail media e foodservice e uma área de exposições com mais de 1.000 fornecedores apresentando tecnologias, o evento é uma imersão completa no que faz o varejo ser tão dinâmico.

Com a expectativa de receber cerca de 40 mil visitantes, sendo mais de 10 mil de fora dos EUA, a NRF Big Show também é uma espécie de “ONU do varejo”. Afinal de contas, onde mais é possível estar em contato com participantes de mais de 100 países para debater o futuro do setor?

Diante de tudo isso, as grandes lideranças do varejo mundial marcam presença nos palcos do evento. Entre os principais palestrantes da edição 2025 estarão:

  • John Furner, presidente e CEO do Walmart;
  • Brian Cornell, CEO da Target;
  • Tommy Hilfiger, fundador e principal designer da marca;
  • David Solomon, chairman e CEO do Goldman Sachs;
  • Mary Dillon, presidente e CEO da Foot Locker;
  • Joe Preston, presidente e CEO da New Balance;
  • Javier Quiñones, CEO e Chief Sustainability Officer da IKEA;
  • Harley Finkelstein, presidente da Shopify.
  • Artemis Patrick, presidente e CEO da Sephora North America;
  • Michael Bush, CEO do Great Place To Work.

Palestrantes brasileiros também marcarão presença. Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, falará sobre como transformar o varejo com a IA, ao lado de Paulo Correa, CEO da C&A. Já Eduardo Yamashita, diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, apresentará casos de inovação no varejo global e aprofundará o exemplo da rede de calçados Foot Locker.

Para conferir a programação completa do evento, clique aqui.

A Wake se uniu à Central do Varejo para te ajudara participar da NRF Retail’s Big Show, com um desconto de US$ 500 para integrar uma das principais comitivas do evento. Viva uma experiência empresarial sem igual, com visitas técnicas, relacionamento e networking, além de um evento exclusivo na Columbia University. Para saber mais, clique aqui.

Imagem: MERCADO&CONSUMO

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