SXSW 2025: De espectadores a comunidades, o futuro da descoberta e conexão
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19 de março de 2025
A transformação digital tem acelerado a forma como marcas e consumidores se conectam – e essa foi a grande máxima discutida no SXSW 2025. Com novas tecnologias, mudanças no comportamento do público e a ascensão de plataformas que desafiam modelos tradicionais de busca e influência, o marketing de influência está entrando na era da comunidade.
Durante o SXSW 2025, essa tendência ficou evidente: marcas que querem se manter relevantes precisam ir além do alcance e construir pertencimento.
O fim da busca centralizada e o novo papel das redes sociais
Por mais de duas décadas, o Google Search foi a principal porta de entrada para informações sobre marcas e produtos. Mas essa dinâmica está mudando rápido. Redes sociais como TikTok, Instagram e YouTube se tornaram motores de busca essenciais, competindo diretamente com mecanismos tradicionais.
Agora, a descoberta de marcas acontece por meio das interações dentro das comunidades digitais, dos criadores de conteúdo e da inteligência artificial, que traz respostas personalizadas de forma instantânea. Com isso, a percepção das marcas não é mais controlada por elas mesmas, mas sim moldada pelas conversas que acontecem na internet.
Esse novo cenário exige que as marcas sejam participantes ativas, engajando-se dentro de comunidades e promovendo discussões reais, em vez de apenas empurrar mensagens publicitárias tradicionais.
Da era da influência para a era da comunidade
O SXSW 2025 destacou como a Creator Economy está evoluindo de forma acelerada. Historicamente, essa evolução passou por três fases:
- Era do patrocínio: marcas compravam espaço dentro da cultura, patrocinando eventos e influenciadores sem muito envolvimento.
- Era da influência: as marcas passaram a se associar aos creators para ganhar credibilidade e engajamento.
- Era da comunidade: hoje, para se manterem relevantes, as marcas precisam se integrar de forma genuína e participativa nos espaços digitais.
Com a crescente utilização da inteligência artificial para aumentar a produtividade dos criadores e amplificar o alcance de suas mensagens, as marcas enfrentam um novo desafio: como se inserir nessas comunidades sem parecerem invasivas?
O caminho está na colaboração e na autenticidade. Marcas que apenas “compram” espaço junto a criadores correm o risco de serem ignoradas. Já aquelas que participam ativamente das discussões e agregam valor à comunidade conseguem construir conexões mais sólidas.
O crescimento dos micro e nano criadores
Outro grande destaque do SXSW foi o papel dos micro e nano criadores na construção de comunidades. Enquanto grandes influenciadores trazem alcance massivo, são os perfis menores que promovem conexões mais autênticas e engajadas.
Atualmente, 10% da população global está a caminho de se tornar influenciadora até 2027. Diante disso, as marcas devem repensar suas estratégias. Em vez de perseguir apenas métricas como número de seguidores, o foco precisa estar nos superfãs – aqueles que realmente impulsionam as discussões e influenciam decisões de compra dentro das comunidades.
Gaming: um novo espaço para a conexão entre marcas e audiências
A luta pela atenção nunca foi tão desafiadora. O tempo médio de atenção nas redes sociais caiu para apenas 1,3 segundos – enquanto dentro dos mundos virtuais dos games, essa atenção salta para 11 minutos.
A Geração Z e a Geração Alpha já utilizam plataformas como Roblox e Fortnite não apenas para jogar, mas para socializar e consumir conteúdo. Esses ambientes são espaços altamente imersivos e representam um território estratégico para marcas que desejam criar conexões mais profundas.
Marcas de luxo como Gucci e Balenciaga já investiram pesadamente nesses universos, mas o desafio agora é como outras empresas podem explorar esse espaço sem orçamentos milionários. A resposta pode estar na parceria com criadores de conteúdo gamers, que já possuem audiências estabelecidas e podem integrar marcas de forma autêntica dentro desses ecossistemas.
O futuro é da comunidade
O SXSW 2025 deixou claro: quem quer se manter relevante no digital precisará ir além do alcance e construir conexões autênticas. As marcas que conseguirem navegar nessa nova era, participando ativamente das conversas e investindo na construção de comunidades, serão as que liderarão o futuro da influência digital.
A Creator Economy não será mais sobre quem tem mais seguidores, mas sobre quem cria as conexões mais autênticas e significativas. Chegou a hora de repensar as estratégias e transformar espectadores em verdadeiras comunidades. Quem está pronto para essa mudança?
