Dia 02 na NRF 2025: 7 highlights para acompanhar para os próximos anos

Matheus Silva
Hora Post 6 min de Leitura
Data Post 14 de janeiro de 2025

O segundo dia da NRF 2025 manteve a tecnologia no centro dos palcos, mas agregou uma série de outros fatores essenciais para o sucesso dos negócios em um mundo omnichannel que precisa atender consumidores cada vez mais inquietos e exigentes.

Em 7 pontos, a NRF mostrou quais são os destaques que as marcas precisarão acompanhar para os próximos anos. Veja o que foi dito no principal evento de varejo do mundo:

7 highlights da NRF 2025

1. A nova era da personalização do varejo

A personalização do varejo evoluiu. Indo muito além de simples recomendações de produtos, o foco está na criação de experiências únicas e personalizadas em todos os pontos de contato do cliente com as marcas.

Para o varejo, o foco continua a mudar. Ficam em segundo plano os aspectos transacionais e ganham espaço a relevância, o amor à marca e a construção de relacionamentos mais relevantes com os consumidores. “Personalização é, acima de tudo, sobre relevância. É harmonizar as experiências em todos os canais para que o cliente não veja diferença entre digital e físico”, disse Josh Friedman, VP de Produtos Digitais da Ulta Beauty.

Na mesma apresentação, Olivia Kwon-Best, head de estratégia digital de varejo da Adobe, acrescentou: “personalização é fornecer experiências contextualmente relevantes e personalizadas em todos os canais, de maneira conectada.”

2. A IA continua avançando

A Inteligência Artificial está desempenhando um papel cada vez mais importante no varejo, da melhoria das experiências do cliente até a otimização das operações. Os varejistas estão equilibrando os recursos tecnológicos com o conhecimento humano para desenvolver soluções que façam sentido para os consumidores.

Um bom exemplo é o da New Balance, para quem a tecnologia tem que agregar valor e reduzir custos ao mesmo tempo. “Nos dedicamos a usar IA para fornecer experiências hiper relevantes, com mais velocidade, redução de custos e em alta escala”, disse Joe Preston, CEO da New Balance.

3. O varejo não existe em um vácuo

Por mais que sejamos tentados, em um evento como a NRF Big Show, a olhar somente para o varejo, é preciso lembrar que inúmeros fatores externos geram preocupações e influenciam o consumo. Um bom exemplo são as mudanças climáticas.

Para Cassandra Napoli, head de marketing da WGSN, as transformações do meio ambiente estarão cada vez mais na pauta. “Nos próximos anos, os consumidores buscarão mais as marcas que priorizam a saúde climática e contemplem o bem-estar ambiental e social em seus modelos de negócios”, explica.

Da mesma forma, questões ligadas à saúde mental e mesmo aspectos políticos podem impactar o consumo em regiões específicas ou de uma forma global. É preciso estar atento a tudo o que possa gerar preocupações ou desconforto, pois essas se tornam oportunidades de agregar valor ao relacionamento com o cliente.

4. A integração digital vai à loja

A evolução das lojas físicas leva os pontos de venda a se tornarem centros de experiência, centros de serviço e hubs de distribuição. Até aí, temos visto isso há anos. O avanço recente é o desenvolvimento de experiências memoráveis e compartilháveis que integram perfeitamente elementos digitais e físicos.

Na LEGO, as lojas são percebidas como o ponto focal da experiência de encantamento dos clientes. “Elas são um local para conhecer novidades e engajar com a marca. O digital completa a experiência e permite acessar todo o nosso portfólio”, explica Martin Urrutia, head global de Inovação e Retail Experience da empresa.

Já na IKEA, as lojas são o local onde tudo acontece. “É onde podemos ir além do marketing e estabelecer o melhor relacionamento com o cliente. Isso é essencial para nós”, comenta Javier Quiñones, CEO da IKEA US. Para isso, cada loja é adaptada às necessidades locais e os gestores podem alocar recursos para iniciativas de apoio a ONGs da região.

5. A Geração Z pede passagem

Os consumidores da Geração Z experimentam mais marcas, mas também podem ser bastante leais com aquelas que tenham sido aprovadas por eles. Para isso, é preciso passar pelo “padrão de qualidade” em autenticidade, transparência e alinhamento com os valores dos clientes.

“Nossa comunidade da Geração Z é altamente engajada e leal, com muitos membros participando de chats do Zoom e eventos offline. Isso é ótimo para nos relacionarmos com eles tanto no digital quanto no físico”, comenta Katie Welch, diretora de marketing da Rare Beauty.

6. Social commerce, uma força impossível de ignorar

A social commerce, nos EUA, é praticamente sinônimo de TikTok Shop – e ainda há dúvidas sobre o que acontecerá com a empresa, que está prestes a ser banida do mercado americano. Especialmente para os consumidores mais jovens, esse é um canal importante para o relacionamento com as marcas.

“O TikTok Shop já é maior do que a Sephora, Shein e QVC em termos de gastos do consumidor nos EUA”, disse Dan Frommer, fundador do The New Consumer. Isso acontece porque a plataforma traz para o digital a experiência de demonstração de produtos, o que se conecta ao desejo dos consumidores de entender como os produtos funcionam e, de alguma forma, ter uma experiência digital mais completa.

7. Autenticidade e propósito são essenciais

Os consumidores gravitam, cada vez mais, em torno de marcas que se mostram autênticas e apresentam um propósito que vai além do lucro. “Ter uma missão e uma visão claras é essencial para qualquer marca que deseja ter vida longa”, afirmou Tracee Ellis Ross, CEO e fundadora da Pattern Beauty.

Esse aspecto não é exclusividade de marcas nativas digitais. “A natureza inclusiva e diversa da nossa marca surgiu organicamente. Abraçamos todo que se interessam pelo estilo de vida da moda, música e cultura pop”, contou Tommy Hilfiger, fundador da grife que leva seu nome e indicado como o Visionário do Ano pela NRF.

O segundo dia da NRF Big Show mostra que a personalização é cada vez mais importante, impulsionada pelo uso de tecnologia (especialmente IA), mas conectada às preocupações dos consumidores com o mundo e com o propósito das marcas. Nesse sentido, desenvolver lojas físicas que agregam atributos digitais é essencial, ao mesmo tempo em que o processo de venda digital se torna uma experiência cada vez mais coletiva e social.

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