Web Summit 2024: para onde vai o marketing de influência?
O marketing de influência vem passando por uma intensa transformação, que ficará ainda mais intensa nos próximos anos com os avanços da tecnologia – especialmente no uso da Inteligência Artificial e potencial análise de dados. Entender os consumidores em seus detalhes deixa de ser um sonho e se torna uma possibilidade – e, em muito pouco tempo, personalizar a comunicação deixará de ser um diferencial.
O Web Summit Lisboa 2024, maior evento de inovação e tecnologia da Europa, mostrou como o marketing irá se transformar nos próximos anos. Com mais de 70 mil participantes, 3.000 startups e centenas de palestrantes, o evento aponta caminhos para a disrupção dos negócios, ao mesmo tempo em que coloca em evidência o papel do ser humano. Nada funciona sem colocar as pessoas em primeiro lugar.
Para quem quiser se preparar para os próximos meses no segmento de influenciadores, abaixo listamos 4 insights do que o Web Summit Lisboa 2024 trouxe de mais importante sobre o presente e o futuro do marketing de influência:
4 insights do Web Summit Lisboa sobre Marketing de Influência
1. Marketing que diverte e engaja
Por muito tempo, o marketing foi uma atividade que interrompia o que o consumidor estava fazendo para apresentar um produto ou serviço. Hoje, o nome do jogo é engajamento e naturalidade nas ações de marketing de influência – e os consumidores só se engajam com anúncios que sejam interessantes, divertidos e tenham conexão com suas vidas.
“O marketing será cada vez mais interessante. A personalização do conteúdo fará com que os anúncios sejam prazerosos, contextualizados e focados na necessidade do público”, disse Abner Alessa, CEO e cofundador do The Bold Group. Nesse cenário, os criadores de conteúdo se tornam cada vez mais importantes, pois eles têm a capacidade de endossar produtos e serviços.
“O mais importante é entender as emoções, a cultura e os valores que orientam as decisões dos clientes. Os Creators são essenciais para construirmos conteúdo hiperpersonalizado, adaptado à cultura de cada região e estilo de vida”, acrescentou.
2. Simplicidade acima de tudo
Para os criadores de conteúdo, não é fácil navegar em um mar de tecnologias que evoluem sempre e podem deixar de ser relevantes rapidamente. As plataformas precisam ser amigáveis e oferecer recursos para que os creators trabalhem o relacionamento com seu público.
“Pouquíssimos creators são especialistas em NFT ou programadores. As tecnologias vão e vêm, evoluem rápido, e os criadores de conteúdo precisam contar com plataformas que ajudem a encontrar os melhores caminhos para engajar o público, de forma simples”, explicou John Acunto, CEO da startup Infinite Reality.
Quanto mais simples, melhor. Segundo Acunto, os desenvolvedores de software precisam entregar soluções para que o criador de conteúdo consiga usar rapidamente, sem precisar de experiência prévia. “Hoje estamos lidando com ads e vídeos. No futuro, serão ambientes imersivos. Mas no fundo, estamos falando de relacionamentos dos creators com sua audiência, a partir de dados proprietários”, acrescentou.
3. Hora de criar oportunidades
Por mais incrível que seja o ecossistema de criação de conteúdo, o segmento de marketing de influência é bastante concentrado. “Existem cerca de 300 milhões de creators no mundo, mas 1% deles concentram mais de 90% das receitas”, disse o especialista Sam Huber.
Segundo ele, cerca de 4% dos criadores de conteúdo ganham mais de US$ 100 mil por ano com sua atividade. Para a maioria absoluta dos profissionais da área, essa ainda é um negócio paralelo. “O maior desafio é a monetização, o que depende muito do modelo de remuneração das big techs. A Meta pagou US$ 2 bilhões para os creators em sua plataforma, mas isso representa 1% de sua receita anual. Existe um desequilíbrio”, afirmou.
Um caminho para aumentar a monetização dos criadores de conteúdo é contar com mais dados reais, obtidos diretamente das plataformas por meio de APIs. Com esses indicadores, os creators têm mais informações para otimizar suas ações, entender o que gera mais interesse do seu público e, com isso, ampliar o alcance de suas ações.
A Wake Creators é a maior plataforma de influenciadores da América Latina e a única com integração via API com as principais redes sociais, garantindo acesso a dados precisos e reais. Com isso, é possível dar voz às conexões reais, que impactam, influenciam e transformam a relação entre marcas e pessoas.
Para o apresentador de podcast David Savage, a criação de conteúdo pode gerar receita para os creators de maneira indireta. “Conheço muitos influenciadores que não recebem tanto dinheiro diretamente das plataformas, mas conseguem desenvolver outros trabalhos e criar outras linhas de negócios que não são imediatamente óbvias. Autenticidade importa muito nesse mercado, pois gera uma conexão forte com o público”, afirmou.
4. Foque no que é imutável
O processo de desenvolvimento de conteúdo está sempre em evolução, com ferramentas, estilos e formatos que mudam ao longo do tempo. Mais importante do que dominar tecnologias e modelos temporários é focar em aspectos que continuarão sendo essenciais no futuro.
“O processo de criação de conteúdo está sempre evoluindo. O destaque já foram vídeos de 15 segundos, hoje temos os Reels. O TikTok começou com vídeos curtos, hoje temos conteúdo de até 10 minutos na plataforma. O mais importante é estar atualizado sobre o que está acontecendo e ter sempre um contato direto com o público, para entender o que eles buscam. E isso nunca vai mudar”, disse a influenciadora Loren Gray.
Assim, construir o engajamento com o público por meio do marketing de influência, entendendo seus desejos, necessidades e aspirações, é e sempre será essencial para a criação de conteúdo. “As mídias sociais são construídas com base nessa conexão – e isso faz toda a diferença em relação a outros canais. Por isso, o ponto mais importante é criar o engajamento e manter os fãs conectados. E isso se faz ouvindo sempre a opinião deles”, concluiu.