Creator Economy no Brasil: realidade, desafios e tendências
Com o crescimento acelerado da influência digital, criadores de conteúdo têm ganhado protagonismo em diferentes áreas da comunicação, do consumo e da cultura. Nesse contexto, a Creator Economy é uma força em ascensão no Brasil, impulsionada por mais de 14 milhões de profissionais atuando nas redes. Entender o impacto real dessa nova economia exige uma análise profunda de dados e comportamentos, revelando os perfis, os desafios e as tendências que definem o cenário nacional.
O Censo de Criadores de Conteúdo 2025, produzido pela Wake Creators, mostra que os creators ainda estão longe de alcançar seu ápice. O estudo, feito com mais de 4.500 criadores – o maior da América Latina, mostra quem são os influenciadores digitais brasileiros, quais são seus desafios, se (e como) monetizam suas atividades e o que esperam do futuro.
Este é o quarto e último de uma série que explora os principais insights do Censo de Criadores de Conteúdo (confira o primeiro texto, o segundo e o terceiro aqui). A influência vai muito além da visibilidade e da capacidade de criação de novas histórias – para as marcas, identificar os influenciadores e cocriar com os influenciadores certos faz toda a diferença para criar relações significativas.
Hora de rever os estereótipos
A imagem popular do influenciador digital costuma ser associada a festas, eventos, recebimento de produtos, rotinas glamourosas e vidas inalcançáveis. No entanto, o estudo mostra que essa percepção é apenas a superfície de uma realidade muito mais complexa. A Creator Economy é formada por uma diversidade de perfis, nichos e comunidades, com criadores que enfrentam rotinas intensas, desafios constantes e buscam proximidade e engajamento autêntico com suas audiências.
Os dados do Censo de Criadores de Conteúdo revelam que a maioria dos creators estão concentrados no Sudeste (56%), seguido pelo Nordeste (18%), Sul (14%), Centro-Oeste (8%) e Norte (4%). Os Millenials (27 a 46 anos) representam 71% dos criadores, enquanto a Geração Z (18 a 26 anos) soma 24%, a Geração X (47 a 56 anos) 4% e os Baby Boomers (acima de 57 anos) apenas 1%. O recorte de gênero não foi detalhado nos slides, mas há menção a uma representatividade diversa.
Como vimos nos artigos anteriores, os microinfluenciadores – criadores com até 100 mil seguidores – representam 83% do mercado e, apenas 1% ultrapassam 1 milhão de seguidores. Para as marcas, os microinfluenciadores são estratégicos porque geram uma conexão mais aprofundada, estimulando a experimentação de produtos e a conversão por meio da identificação e proximidade que possuem com suas audiências e dentro de seus nichos. O fenômeno #TikTokMadeMeBuyIt, por exemplo, mostra como a influência direta impacta decisões de compra.
7 tendências para a Creator Economy no Brasil
O futuro aponta para mais personalização, profissionalização e diversificação.
A valorização dos microinfluenciadores, a diversificação de formatos e plataformas, e a busca por modelos de monetização mais sustentáveis. O crescimento do TikTok e o retorno ao YouTube para conteúdos mais longos indicam que o público deseja tanto entretenimento rápido quanto profundidade e senso de comunidade.
A profissionalização do setor, com maior apoio de assessorias e agências, tende a crescer, assim como a discussão sobre remuneração justa e saúde mental. O desafio central será equilibrar autonomia e suporte, autenticidade e profissionalismo, criatividade e sustentabilidade financeira.
Na evolução da Creator Economy nos próximos anos no mercado brasileiro, 7 tendências surgem com força:
1. Protagonismo dos microinfluenciadores
Com audiências segmentadas e altamente engajadas, os microinfluenciadores oferecem autenticidade e maior poder de conversão, tornando-se parceiros valiosos para marcas que buscam conexão real com o público. A tendência é de que campanhas se tornem mais personalizadas, explorando nichos e comunidades específicas.
2. Diversificação de fontes de renda
A dependência de parcerias com marcas está dando lugar à diversificação de receitas: criadores estão lançando produtos próprios, cursos online, mentorias, comunidades pagas e até startups. Essa movimentação reflete a busca por maior independência financeira e sustentabilidade a longo prazo, transformando influenciadores em empreendedores digitais.
3. Inteligência Artificial e automação
Ferramentas de IA estão sendo integradas à rotina de produção de conteúdo, otimizando tarefas como edição, análise de engajamento e distribuição. Com isso, sobra mais tempo para que os influenciadores foquem na criatividade e na estratégia de atuação.
4. Comunidades no centro da estratégia
A construção de comunidades sólidas é muito mais importante que o alcance numérico. A quantidade de seguidores ou de pessoas impactadas é menos relevante do que a profundidade das relações, o engajamento autêntico e a capacidade de gerar um sentido de pertencimento. Plataformas e marcas que investirem em estratégias de comunidade estarão mais preparadas para criar laços duradouros e gerar valor real.
5. Profissionalização, suporte e equilíbrio
A creator economy avança rumo à maturidade. A tendência é de maior padronização de métricas, contratos claros, remuneração justa e combate à informalidade. A discussão sobre saúde mental também entra no centro do debate. Equilibrar autonomia e suporte, autenticidade e profissionalismo, criatividade e sustentabilidade financeira será um dos principais desafios do setor.
6. Expansão para novos canais e formatos
A presença multicanal é cada vez mais relevante. Os criadores estão explorando novos canais, como podcasts e newsletters, ampliando sua presença e diversificando formatos. Além disso, o crescimento do TikTok mostra a força do conteúdo rápido e espontâneo, enquanto o retorno ao YouTube para vídeos mais longos revela o desejo por profundidade e senso de comunidade. Criadores estão aprendendo a equilibrar os diferentes espaços para manter relevância.
7. Influência das gerações Z e Alpha
A Geração Z já é protagonista na produção e consumo de conteúdo digital, influenciando tendências, formatos e linguagens. A chegada da Geração Alpha promete acelerar ainda mais a transformação do mercado, com demandas ainda mais fortes por autenticidade, propósito e inclusão.
Um mercado em amadurecimento
A Creator Economy está amadurecendo no Brasil, se tornando uma das principais forças do marketing e da economia digital. O cenário aponta para a valorização da autenticidade, o fortalecimento das comunidades e a diversificação de receitas. Com os microinfluenciadores no centro da estratégia, a profissionalização do setor e o uso inteligente da tecnologia serão essenciais para garantir um ecossistema sustentável e inovador.
A Wake Creators é a plataforma que conecta mais de 360 mil criadores de conteúdo no Brasil a milhares de marcas e milhões de consumidores. Acompanhando a jornada de negócios desde o lançamento de uma marca, produto ou serviço até a otimização das vendas, a plataforma robusta e integrada da Wake Creators permite desenvolver estratégias de comunicação eficientes, baseadas em dados reais e métricas avançadas. Quer saber como a plataforma pode impulsionar seus negócios? Então fale com a gente.